Islã no Brasil
O Islã no Brasil conta com 35.167 seguidores, segundo dados do censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, algumas instituições islâmicas brasileiras consideram que o número de seguidores é muito superior a isso. A Federação Islâmica Brasileira defende que há cerca de 1,5 milhão de fiéis do Islã no país e estima que 50 mesquitas e mais de 80 centros islâmicos estão espalhados pelo Brasil. No censo anterior, de 1991, o IBGE não tratou o islamismo de maneira isolada, estando os muçulmanos incluídos na categoria de "outras religiões", um grupo que englobou quase 51.000 brasileiros. Mais recentemente, o número de brasileiros convertidos ao islã cresceu 25% entre 2001 e 2011.
A convergência de imigrantes árabes para a fronteira do estado do Paraná com o Paraguai fez com que a região, especialmente a cidade de Foz do Iguaçu, seja um dos locais de maior concentração de muçulmanos no país. Proporcionalmente, a cidade possui a maior comunidade islâmica do Brasil.
Na cidade de São Paulo existem cerca de dez mesquitas, dentre as quais a Mesquita Brasil, na Avenida do Estado (centro da cidade) – cujas obras de construção começaram em 1929 e que foi a primeira mesquita edificada na América Latina. Há ainda templos e salas de oração espalhados por outros dez estados (Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) e no Distrito Federal.
Em 1835, os escravos muçulmanos organizaram a Revolta dos Malês, na Bahia contra a escravidão. Alguns historiadores assinalam a notável organização do movimento, de modo que pode ser constatado o Jihad Fi Sabilillah ("esforço pela causa de Alá") durante a revolta. A revolta foi importante para o enfraquecimento do sistema escravocrata, mas seus principais líderes, quando capturados em batalha, foram devolvidos ao continente africano, pois os militares temiam que caso fossem mortos a fé dos combatentes aumentaria.
Antes de chegar ao Brasil, Heitor Furtado de Mendonça, padre português e primeiro inquisidor oficial em terras brasileiras, visitou colônias portuguesas na África, onde identificou os procedimentos religiosos dos nativos daquele continente, tendo adentrado pelo Reino de Benin, que, mediante aliança político-comercial com Portugal, serviu de porto para o comércio de escravos. Já no Brasil, Furtado assinalou os costumes dos "maometanos" (seguidores de Maomé), tais como a oração de Salatul Juma, o não-consumo de carne ou gordura de porco e de bebidas alcoólicas, a escrita de caracteres árabes e a leitura de livros como o Alcorão.
Desde 2001, o número de convertidos ao islã no país aumentou significativamente. Segundo Paulo Hilu da Rocha Pinto, autor de Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica, este fluxo foi marcado pela exibição da telenovela O Clone. Segundo ele, foi a obra que "introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família".
Índice
Origem
Ver artigo principal: Imigração árabe no Brasil
A maior parte dos muçulmanos brasileiros vivem nos estados de São Paulo e Paraná, mas também existem comunidades significativas em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Grande parte desses muçulmanos são descendentes de imigrantes sírios e libaneses que fixaram residência no país durante a Primeira Guerra Mundial na iminência da dissolução do Império Otomano. O Brasil também recebeu uma quantidade significativa de refugiados dos conflitos entre israelenses e palestinos, da Guerra do Líbano de 1982 e dos recentes conflitos no Iraque.A convergência de imigrantes árabes para a fronteira do estado do Paraná com o Paraguai fez com que a região, especialmente a cidade de Foz do Iguaçu, seja um dos locais de maior concentração de muçulmanos no país. Proporcionalmente, a cidade possui a maior comunidade islâmica do Brasil.
Na cidade de São Paulo existem cerca de dez mesquitas, dentre as quais a Mesquita Brasil, na Avenida do Estado (centro da cidade) – cujas obras de construção começaram em 1929 e que foi a primeira mesquita edificada na América Latina. Há ainda templos e salas de oração espalhados por outros dez estados (Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina) e no Distrito Federal.
História do islamismo no Brasil
- Ver também: Escravidão no Brasil
Em 1835, os escravos muçulmanos organizaram a Revolta dos Malês, na Bahia contra a escravidão. Alguns historiadores assinalam a notável organização do movimento, de modo que pode ser constatado o Jihad Fi Sabilillah ("esforço pela causa de Alá") durante a revolta. A revolta foi importante para o enfraquecimento do sistema escravocrata, mas seus principais líderes, quando capturados em batalha, foram devolvidos ao continente africano, pois os militares temiam que caso fossem mortos a fé dos combatentes aumentaria.
Antes de chegar ao Brasil, Heitor Furtado de Mendonça, padre português e primeiro inquisidor oficial em terras brasileiras, visitou colônias portuguesas na África, onde identificou os procedimentos religiosos dos nativos daquele continente, tendo adentrado pelo Reino de Benin, que, mediante aliança político-comercial com Portugal, serviu de porto para o comércio de escravos. Já no Brasil, Furtado assinalou os costumes dos "maometanos" (seguidores de Maomé), tais como a oração de Salatul Juma, o não-consumo de carne ou gordura de porco e de bebidas alcoólicas, a escrita de caracteres árabes e a leitura de livros como o Alcorão.
Desde 2001, o número de convertidos ao islã no país aumentou significativamente. Segundo Paulo Hilu da Rocha Pinto, autor de Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica, este fluxo foi marcado pela exibição da telenovela O Clone. Segundo ele, foi a obra que "introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família".
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